A reciclagem de pneus é a maneira mais fácil e direta para quem busca economia e sustentabilidade nos dias atuais. Sabemos muito bem quais são os impactos causados no meio ambiente pelo descarte incorreto desse resíduo.
A explicação é simples: milhões de pneus são produzidos diariamente em todo o mundo e a reciclagem deles nos direciona a usá-los corretamente, minimizando os impactos causados ao ecossistema.
Estima-se que o tempo de decomposição dos pneus seja de 600 anos. Com essa demora, você já considerou os inúmeros danos que esse material pode causar ao ser descartado incorretamente?
Pneus velhos descartados de forma errônea podem contribuir para o entupimento de rios e redes de esgotos, o que causa inundações e se torna um local de concentração de insetos transmissores de doenças.
Além disso, ocupam espaço considerável nos aterros sanitários e, se incinerados de modo errado, tornam-se agentes da poluição atmosférica.
Só no Brasil, a produção de pneus é de 70 milhões de unidades por ano e a geração de pneus velhos é de 160 milhões de unidades pelo mesmo período.
Não bastassem os efeitos devastadores sobre o meio ambiente e a atmosfera, a fabricação de pneus demanda quantidade extraordinária de matérias-primas. Exemplo: aço, borracha natural e petróleo.
Para que você entenda a importância da reciclagem de pneus, apresentamos o início de tudo:
Você conhece o Pneu?
Pneu é um anel de borracha inflado a fluido que reveste as rodas dos veículos, sendo o único contato entre o equipamento e o solo.
Portanto, para que o veículo se locomova, é preciso que ele tenha os seus “sapatos” em condições adequadas para uso, proporciona qualidade e segurança.
Ciclo correto do pneu
Os pneus, após a fabricação, são enviados às lojas. Lá são adquiridos pelos consumidores (pessoas físicas e jurídicas) para a montagem e aplicação nos veículos.
A partir do momento em que não mais proporcionam segurança para o usuário em função do desgaste da banda de rodagem e dependendo da dimensão e do tipo de veículo em que foram aplicados, deverão ser encaminhados para a reformadora, local destinado também para a reciclagem de pneus e reutilização nos veículos da empresa.
Ao atingir o seu limite natural de uso, o pneu será enviado aos Pontos de Coleta Autorizados no Brasil, chamado ReciclANIP, para a destinação final deste resíduo.
Etapas do Pneu em uma Frota de Veículos
Quais são as etapas de um pneu na frota de veículos?
Aquisição
Processo de gerenciamento de pneus em que se determina o melhor produto a ser adquirido respeitando as características do segmento de atuação da empresa.
Vários fatores devem ser considerados para a escolha do melhor pneu a ser utilizado.
Entre os fatores, destacamos o trajeto (distância, tipo de pavimento e topografia) e a operação (velocidade e peso), que direcionaram os fabricantes de pneus a adotar os seguintes tipos de serviço de transporte:
- Serviço Rodoviário: longas distâncias com estradas pavimentadas e topografia predominante plana, com baixo esforço e velocidade média alta,
- Serviço Regional: médias distâncias com estradas pavimentadas, sinuosas com aclives e declives, com médio esforço e velocidade média alta,
- Serviço Urbano: curtas distâncias com estradas e ruas pavimentadas, topografia urbana com alto nível de esforço em função de paradas e saídas constantes,
- Serviço Misto: Geralmente curtas distâncias, com asfalto e terra, topografia rural e acidentada e alto nível de solicitação de esforço,
- Serviço Fora Estrada (OTR): Curtíssimas distâncias com pavimento muito agressivo e alta solicitação de esforço em função da carga.
Utilização
Análise do comportamento dos pneus nos veículos com o objetivo de atingir a maximização do seu uso, a minimização dos seus custos e a preservação para o reaproveitamento.
É nesta fase em que o gestor de frota executa o planejamento de manutenção para os pneus e realiza várias tarefas programadas para o aumento da durabilidade, postergando, assim, o descarte.
As principais tarefas são: alinhamento e balanceamento de direção e eixos, calibragem, emparelhamento de duplos, rodízios e retirada programada em função da profundidade do sulco na banda de rodagem.
Reforma
Etapa da reciclagem de pneus em que se reaproveita a sua estrutura, com a aplicação de nova banda de rodagem, para a sua reutilização nos veículos.
A reforma de pneus cumpre com um papel ecológico muito importante no sentido de evitar o descarte prematuro de carcaças.
Em cada pneu reformado, economiza-se, em média, 57 litros de petróleo na linha caminhão/ônibus e 17 litros para a linha automóvel, gerando economia total de 500 milhões de litros/ano de petróleo.
Ao levarmos em consideração que o petróleo é um recurso natural caro e não renovável, eis aqui mais um grande benefício da nossa atividade: economizar o chamado “ouro preto”.
O mesmo vale para a redução do consumo de energia elétrica. A reforma de pneus proporciona economia de 80% de energia e matéria-prima em relação à produção de pneus novos.
Não podemos nos esquecer também de que é preciso abordar a questão econômica específica para o setor de transportes.
Além de “verde”, a reforma de pneumáticos, que, no Brasil, atinge 70% da frota de transporte de carga e passageiros, pode reduzir o custo do km rodado em mais de 50% e sua qualidade é semelhante à de um pneu novo.
Nas empresas que possuem veículos utilizados no transporte de cargas, o processo de reforma de pneus proporciona sobrevida a eles, contribuindo, assim, para a diminuição do passivo ambiental e dos custos na sua operação.
A reforma de pneus não é uma ação poluidora e seus resíduos sólidos são reciclados por outras atividades, sendo:
- Pneus convencionais = 20% em fornos de cimenteiras e 80% em solados, percintas etc;
- Pneus radiais = 80% fornos de cimenteiras e 20% solados, percintas etc;
- Resíduos de raspagem = agregados à mistura e à composição para artefatos emborrachados;
- Asfalto ecológico.
Sucateamento
É nesta fase em que o gestor de frota relaciona os motivos que contribuíram para a retirada dos pneus de serviço e que impedem o seu uso ou reaproveitamento.
Análise de Pneus Fora de Serviço – Sucatas
O objetivo desta análise é identificar as causas que levaram os pneus a serem sucateados. Isso aponta todos os vestígios que ocasionaram falha ou dano, de modo a fundamentar tecnicamente os prováveis motivos da ocorrência.
Qual é o procedimento correto para analisar os pneus sucateados?
Antes de iniciar o exame, preencha o formulário de sucateamento com os dados de identificação do pneu e a respectiva profundidade de sulco remanescente.
Inicie o exame pela área da banda de rodagem, procurando pela existência de algum vestígio que possa ser o responsável pela retirada de pneus de serviço. Caso encontre, marque a área com giz.
Após concluir o exame na banda de rodagem verificando toda a circunferência do pneu, faça a mesma operação examinando as laterais (flanco/costado). Em seguida, repita examinando a área dos talões.
Finalize o exame inspecionando a área interior do pneu.
Reúna todos os elementos encontrados e compare-os com o apresentado no Guia de Referência, identificando o código do dano, as suas causas prováveis, os respectivos conselhos e destino.
Observação Importante
Pode haver mais de uma causa para a falha do pneu.
Observe bem todos os vestígios antes de concluir o exame e assinale o dano principal, bem como os eventuais danos secundários.
Procure obter informações complementares que possam auxiliar na interpretação dos motivos que levaram à retirada dos pneus de uso.
A análise de pneus sucateados (inservíveis) é dividida nos seguintes grupos:
- Danos relativos à Operação (A 05):
Podem ter origem relacionada a aspectos de utilização e/ou manutenção.
Por utilização, entende-se os danos ocasionados pelo uso inadequado, negligência do motorista ou qualquer outro evento que, mesmo sem o controle e interferência do usuário, ocorra durante o uso do pneu.
Por manutenção, entende-se os danos decorrentes de manutenção mecânica do veículo inadequada ou ausente, quer estejam vinculados ao pneu ou não. Como exemplo, o contato com partes fixas da carroceria, parafusos etc.
- Danos relativos à Carcaça (B 30):
Entende-se por aqueles provenientes de defeitos ou não conformidades na fabricação do pneu, que resultam na sua retirada de serviço.
- Danos relativos à Reparação ou Consertos (D 50):
São os danos que têm a sua origem no tratamento inadequado das avarias sofridas pelo pneu durante a sua rodagem. Ou ainda na falha do reparo, por defeito de fabricação e/ou aplicação inadequada.
- Danos relativos à Reforma (E 62):
São os danos ocasionados por falha de mão-de-obra, processo e/ou produtos aplicados, durante a reforma de um pneu.
- Danos relativos a Especificações (C 41):
Adoção de procedimentos técnicos ou políticas da Empresa.
Exemplos de pneus sucateados
Descarte
Atividade que permite a destinação final do resíduo por meio de procedimentos que preservam a saúde das pessoas e o meio ambiente.
No Brasil, uma parte dos pneus inservíveis é reaproveitada de diversas formas, depois de ser moída e separada dos demais componentes do pneu, especialmente o aço, que também é reutilizado.
Entre os produtos que utilizam essa borracha estão solados de sapato, materiais de vedação, dutos pluviais, pisos para quadras poliesportivas, pisos industriais e tapetes para automóveis.
A borracha moída e separada também é misturada ao asfalto para uso em pavimentação, gerando o asfalto-borracha, que apresenta importantes vantagens.
A maioria é, no entanto, queimada como combustível alternativo nas indústrias de cimento.
Todas estas destinações são aprovadas pelo Ibama como ambientalmente adequadas.
CONCLUSÃO
São cada vez mais evidentes os impactos negativos que o homem provoca na natureza. A poluição, a destruição de habitats, o acúmulo de resíduos sólidos e a diminuição rápida da biodiversidade são apenas alguns dos exemplos dos problemas ambientais gerados.
O desenvolvimento sustentável necessita de planejamento e da participação de todas as esferas da população.
É necessário analisar cuidadosamente o quanto já gastamos dos recursos e quanto ainda nos resta. Devemos também compreender que os recursos naturais podem acabar. E seu uso consciente é fundamental para não comprometer a vida das futuras gerações
Portanto, cabe a cada um de nós dar a sua parcela de contribuição em prol da Sustentabilidade. E a Reciclagem de Pneus pode ser adotada pelo Gestor de Frotas, como ação imediata, com as seguintes atividades:
- Implantar o Gerenciamento de Pneus na Frotas para monitorar os pneus aplicados nos veículos,
- Usar Pneus que melhor se adaptam ao Tipo de Serviço da Empresa,
- Inspecionar os Equipamentos constantemente e adotar procedimentos de Manutenção de Pneus que permitam uma maior durabilidade,
- Preservar as carcaças, retirando com a profundidade de sulco ideal para não danificar a sua estrutura, reaproveitando os pneus através do Processo de Reforma,
- Analisar as causas de retirada dos pneus de serviço, criando melhores práticas de Gestão, evitando assim a ocorrência de danos prematuros aos mesmos, pois: “SABENDO USAR NUNCA VAI FALTAR”.
Para você , Gestor de Frota, recomendo a leitura dos seguintes temas, para ajudá-lo no exercício de suas atividades:
Me interressa .
Olá, Marcelo! Que bom que o tema te interessou. Continue acompanhando com a gente em https://blog.texaco.com.br/ Abraço!
Não sou nenhuma gestora de frota,sou apenas uma artesã em pneus e tenho observado o quanto esse material descartado em locais inadequados agridem o meio ambiente ,tenho 52 anos e ganho o meu sustento reaproveitando e reciclando esse material,Abraço.
Ótimo parabéns pelo trabalho!
Trabalho com pneus e a anos venho tentando contato com anip para ser um parceiro e não consigo retorno.. meu objetivo e ser ponto de coleta mas parece assistir um monopólio. Pode me dar alguma dica de como falar com eles ??
Oi, Levi! Tudo bem com você? Existe o telefone da ANIP que você pode entrar em contato (11) 5503-5400 e o e-mail deles que é secretaria@anip.org.br. Abraços!